Suspeito passou por audiência de custódia no Fórum de Mogi.
Segurança nega que disparo que acertou baloeiro tenha saído de sua arma.
O segurança preso neste domingo suspeito de matar um baloeiro foi solto nesta segunda-feira (10) depois de passar pela audiência de custódia. Junto com o advogado, o homem que também trabalha como agente penitenciário negou o crime.
O homem tem medo de mostrar o rosto depois do que aconteceu no domingo de manhã. Um grupo de baloeiros se aproximou da empresa onde ele trabalhava como segurança em Suzano. Ele estava armado e um dos homens que tentava pegar o balão morreu com um tiro na cabeça, mas o segurança afirma que o disparo que matou a vítima não saiu da pistola que ele usava. “Eu falei ‘sai daqui. Vocês não podem ficar, aqui é uma área particular, uma área privada’. Eles falaram ‘vou te pegar, pega ele, mata ele’. E ai o que aconteceu, vendo a necessidade, eu efetuei um disparo para o lado oposto, para cima em direção a um barranco que tem lá. Isso foi feito. Automaticamente na hora que eu fiz esse disparo, veio um disparo em minha direção. O que eu fiz? Virei o corpo e sai correndo de costas.”
A vítima era Alex Araújo de Paulo, de 34 anos. Ele trabalhava numa fábrica de dia e noite com motoboy. “ A gente pegava no restaurante das 18h às 23h. A vida dele era trabalhar e o hobbie dele era correr atrás de balão” Willians Inácio da Silva.
Além de negar o crime, o segurança diz que foi ele mesmo quem pediu o socorro do Samu para a vítima e ligou para a Polícia Militar. “Comecei a fazer massagem cardíaca nele, chamando ele para poder reanimá-lo até o Samu chegar.Não tinha mais ninguém no local”, disse o segurança.
Para a Polícia Civil o disparo que matou a vítima saiu da arma do segurança, por isso o delegado prendeu o homem de 43 anos em flagrante por homicídio, mas ele foi solto nesta segunda-feira depois de passar pela audiência de custódia no Fórum de Mogi das Cruzes.É que a promotoria entendeu que ele pode responder o processo em liberdade e o juíz aceitou os argumentos. O segurança tem emprego e endereço fixos, e não possui antecedentes criminais.
“Ele estava a mais de 100 metros do local, com uma arma 380. Pra quem conhece, dificilmente, teria sido o causador. Ele foi a pessoa que ajudou a socorrer, foi ele quem ligou para a Polícia, Samu, mesmo não sabendo se ele foi o autor do disparo que encerrou a vida dessa pessoa”, disse o advogado Sylvio Alkimin.
O delegado João Marcos Nomam de Alencar, que cuidou do caso, preferiu não dar entrevista, mas por telefone disse que foi até o local do crime, além de fazer um longo depoimento com o suspeito e segundo ele, havia evidências suficientes pra apontar o segurança como o autor dos disparos.